quinta-feira, 30 de maio de 2019

O que é uma sugar baby

Se você não sabe o que é uma sugar baby, explico: é uma mulher jovem, em geral, que quer ser mimada --com presentes caros, viagens, entre outras "cositas" a mais -- por um homem com grana, um sugar daddy. E há redes sociais especializadas em fazer com que um encontre o outro. 
Decidi me inscrever em um site do segmento, para entender como um relacionamento -- tão explicitamente baseado em interesses -- funciona. 
A princípio, pensei que fosse como qualquer outra rede social do gênero, com aquele papo inicial na linha “o que você gosta de fazer”, “que tipo de música curte”... 
Descobri que não é bem assim. Logo de cara me deparei com homens que queriam pagar para gozar na minha boca.


A principal rede social sugar no país se chama Meu Patrocínio – tentei me inscrever no site, mas estou há cinco meses na fila de espera e, até a publicação desta reportagem, nada. Segundo a assessoria de imprensa, a relação entre o número de solicitações de sugar babies é dez vezes maior do que o de daddies, por isso há critérios para aprovação. “Todas as inscrições entram em uma fila de espera, e o processo pode durar mais de uma semana”, afirmou Ana Maria Lima, assessora da empresa. A equipe avalia, em primeiro lugar, a qualidade das fotos -- precisam ser nítidas, terem boa iluminação e não podem ser sensuais ou pornográficas.
A qualidade do texto também é avaliada, tanto o conteúdo quanto a gramática. “A forma como os usuários se expressam pode causar exclusão da inscrição”, explicou Ana. Como minha aprovação nunca chegou, foi na concorrente gringa Seeking Arrangement que pude desbravar esse mundo. Logo nos primeiros encontros, concluí que o universo sugar se desenvolve de forma oposta aos relacionamentos “normais”. Quando a gente começa a sair com alguém, primeiramente, vem a química, depois, a paixão, o amor e só depois passa-se a pensar em questões da vida prática, como dinheiro.  No relacionamento sugar, antes de qualquer coisa, vem a parte financeira, em um segundo momento, pode ser que venha a paixão e o amor...

Histórias de babies

  • Larissa*, 23

    "Encontrei um daddy com quem me relacionei por três anos. Nós nos víamos uma vez por semana, ele era casado, passávamos o dia juntos e era muito legal. Ele pagava o aluguel da minha casa e me ajudava com todas as contas."
  • Giovanna*, 29

    "Fui sugar baby dos 19 aos 27 anos. Tive vários daddies e, às vezes, mais de um ao mesmo tempo. Eles tinham perfis diferentes: um queria um relacionamento, o outro, uma companhia para conversar. Eu me enquadrava em todos. Tive as melhores roupas de grife e finalizei a faculdade com a ajuda deles."
  • Luísa*, 18

    "Comecei agora no universo sugar. Por enquanto, só encontrei babaca que queria pagar por sexo. Um cara me ofereceu R$ 1.000 por três noites em um hotel no Rio. Segundo o daddy, a gente nem precisava se falar depois desse período."
  • Jéssica, 25

    "Nós dois buscávamos namoro dentro do sugar. Eu procurava alguém para me auxiliar nos estudos e investir na minha carreira, e ele procurava por uma mulher para relacionamento sério. A gente saiu e bateu afinidade, fui deixando acontecer naturalmente."
  • Patrícia, 32

    "Perdi o emprego e recorri ao universo sugar na tentativa de encontrar alguém que pudesse me ajudar. Só conheci homens dispostos a pagar por sexo. Meu desespero estava tão grande que precisei aceitar." | Nomes trocados a pedido das entrevistadas




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